Se você já se perguntou se investir em Energia Solar vale a pena, você não está sozinho. Por isso, elaboramos esse post, para ajudar você a desmistificar a viabilidade financeira da produção própria de energia elétrica. Para isso, vamos comparar o investimento em um Sistema de Energia Solar com o investimento em Renda Fixa. Ao final deste post, você terá condições de realizar a própria análise com base em seus dados. Qual será a melhor escolha financeira a longo prazo?
Todos os meses recebemos a fatura de energia da concessionária local, indicando a quantidade de quilowatt-hora (kWh) consumido no período, anexado ao boleto para pagamento. Para fins de exemplo e construção do raciocínio, considere um estabelecimento com uma conta média no valor de R$ 850,00 por mês, representando uma despesa anual de R$ 10.200,00.
Anualmente, a tarifa de energia é reajustada, considerando diversos fatores e particularidades de cada concessionária. Para este exemplo, vamos considerar um reajuste pela inflação de 4,5% a.a. No entanto, é importante mencionar que a eletricidade é um fator que compõe a inflação, mas o seu reajuste tende a ser acima do índice inflacionário.
Dessa forma, o estabelecimento terá uma despesa com eletricidade, em um período de 10 anos, equivalente a R$ 125.340,00, conforme gráfico abaixo.
Ao produzir a própria eletricidade, a fatura de energia é reduzida drasticamente, mas não é “zerada”. Isso porque o Sistema de Energia Solar funciona conectado à rede de distribuição de energia, de forma que a energia excedente produzida pelo sistema, seja convertida em créditos de energia. A energia excedente é aquela que é produzida pelo sistema, mas não é consumida imediatamente pelo imóvel. Essa energia é “armazenada” pela distribuidora e fornecida de acordo com a necessidade do consumidor. Ao consumir os créditos de energia, pagamos uma parcela do chamado Fio B, que se refere à utilização da infraestrutura da rede de distribuição para o “armazenamento” da energia excedente. Dessa forma, quanto maior a simultaneidade entre geração e consumo, menor é a utilização da rede de distribuição. Em linhas gerais, ao produzir a própria energia, o consumidor reduzirá em torno de 82% a sua despesa com energia, tendo um consumo simultâneo de 40%, por exemplo.
De volta ao exemplo, considerando as regras atuais de compensação de energia e o reajuste da tarifa pela inflação, em 10 anos, o estabelecimento terá desembolsado R$ 21.863,00 com energia elétrica, conforme demonstrado no gráfico abaixo.
Já sabemos que, ao final de 10 anos, as despesas com eletricidade serão reduzidas em 82% a partir da geração própria de energia, gerando um saldo positivo de R$ 103.477,00, seguindo os dados do nosso exemplo. No entanto, para produzir a própria energia é preciso investir em um Sistema de Energia Solar. Neste caso, para suprir a demanda energética do estabelecimento, o Sistema de Energia Solar custará R$ 34.245,00.
Conforme demonstrado abaixo, em 3 anos a economia obtida na conta de energia supera o valor investido, proporcionando um retorno financeiro acumulado em 10 anos de R$ 69.232,00.
Até aqui já sabemos que se o estabelecimento investir R$ 32.245,00 em um Sistema de Energia Solar, ao final de 10 anos, ele terá um resultado financeiro de R$ 69.232,00. Agora, se ao invés de investir em geração própria de energia, o estabelecimento investisse esse montante em uma aplicação de Renda Fixa, qual será o resultado ao final de 10 anos?
Aplicando o mesmo montante em Renda Fixa, considerando uma Taxa Selic de 10% e descontando 15% de IR, o resultado financeiro do investimento, em 10 anos, será de R$ 80.636,00.
Ora, se o investimento não foi feito em Energia Solar, o estabelecimento permanecerá comprando eletricidade da concessionária. Portanto, do ganho obtido com o investimento em renda fixa é necessário subtrair a despesa com eletricidade.
Dessa forma, do resultado financeiro de R$ 80.636,00 obtido com o investimento em renda fixa, deverá ser descontado R$ 125.340,00 referente a despesa com eletricidade convencional, resultando em um saldo negativo de R$ 44.704,00.
Ao investir em um Sistema de Energia Solar a fatura de energia do consumidor é reduzida em aproximadamente 82%. Ao final de 10 anos, considerando o reajuste pela inflação e as regras de compensação de energia, um estabelecimento que possui atualmente uma conta de energia de R$ 850,00 terá como resultado financeiro do seu investimento o montante acumulado de R$ 69.232,00, já descontando o valor do investimento para a aquisição do sistema.
Por outro lado, ao investir o mesmo montante, que seria utilizado para a compra do sistema, em uma aplicação financeira de renda fixa, ao final de 10 anos, considerando a Taxa Selic de 10% e descontando 15% de IR, o resultado financeiro do investimento será de R$ 80.636,00. Contudo, se o estabelecimento não está produzindo a própria energia, é preciso descontar a despesa com eletricidade convencional desse período, no valor de R$ 125.340,00. Portanto, o resultado do investimento em renda fixa será insuficiente para pagar a despesa com eletricidade, resultando em um saldo negativo de R$ 44.704,00.
Dessa forma, é possível concluir que a cada mês que você consome energia convencional em vez de gerá-la por meio do sol, está perdendo uma oportunidade de rentabilizar o seu dinheiro.
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